Estudamos detalhadamente o mecanismo hormonal que se dá ao nível do estômago e do duodeno. Aconselhamos uma revisão daquele estudo para reforçar os conhecimentos da atuação da gastrina (produzida por células da parede do estômago e que vai estimular a produção , em outras células , dos componentes do suco gástrico), da enterogastrona (produzida em células da parede duodenal) e que vai "desligar" a atividade secretora do estômago), da secretina (eliminada por células duodenais e que incentivará a produção e liberação do suco pancreático pelo pâncreas) e a "provável" colecistocinina (de origem duodenal e que estimula as contrações da vesícula biliar , lançando a bile no duodeno). Há quem discuta a existência desta última , afirmando que se trata da própria secretina , a qual exerceria sua ação tanto sobre o pâncreas quanto sobre a vesícula biliar. O pâncreas é uma glândula mista localizada abaixo e atrás do estômago . Sua "secreção externa" é o suco pancreático , rico em zimogênios (tripsnogênio, quimiotripsinogênio) , enzimas (arboxipeptidases, lipases, amilase pancreática e nucleases) , além de íons bicarbonato. A função endócrina do pâncreas é realizada por um grande número de grupamentos celulares que receberam o nome de ilhotas de Langerhans. Nessas ilhotas , distinguem-se células de dois tipos : as células-alfa e as células-beta. As primeiras produzem o glucagon , e as últimas , a insulina. O glucagon promove no fígado a glicogenólise, isto é , o desdobramento do glicogênio em glicose , com o descarregamento desta na corrente sanguínea (papel semelhante ao realizado pela adrenalina). O glucagon (juntamente com a adrenalina e os glicocorticóides ) tem papel hipoglicemiante. Já a insulina é antiglicemiante , pois , lançada no sangue, promove alterações na membrana plasmática das células , facilitando a entrada da glicose para consumo imediato. A produção deficiente de insulina pelas células-beta das ilhotas de Langerhans se faz acompanhar do acúmulo de glicose no sangue (hiperglicemia) . Quando a taxa de glicose ultrapassa um certo limite (em torno de 180 mg/100 ml) , começa-se a observar a excreção de glicose na urina . Isso é característico da diabete melito . Além do papel mencionado acima, a insulina também estimula a conversão da glicose em glicogênio , o que reforça a retirada do sangue (função hipoglicemiante). Como vimos, diversos hormônios atuam na regulação do açúcar sanguíneo (cortisol, adrenalina , insulina e glucagon).