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Hormônios-Mensageiros Químicos


Sabemos que os sistemas digestivo, respiratório, circulatório e excretor estão intimamente relacionados por suas funções. As substâncias absorvidas ao nível do sistema digestivo são transportadas pelo sistema circulatório. Este as conduz e faz sua distribuição para todos os tecidos. Estes as conduz e faz sua distribuição para todos os tecidos. Em cada célula , nos tecidos, essas substâncias serão metabolizadas para a liberação de energia. Há consumo de oxigênio e desprendimento de dióxido de carbono. Isso caracteriza a respiração. Novamente o sistema circulatório tem papel importante no transporte desses gases até os órgãos para onde se destinam. O CO2 é eliminado pelos pulmões, órgãos fundamentais do sistema respiratório.   Ao final do metabolismo, resultam substâncias tóxicas que devem ser eliminadas. Novamente , é o sistema circulatório que as conduz ao sistema excretor , que se encarrega dessa função. É fácil concluir que devem existir mecanismos reguladores dessas funções, sem os quais elas ocorreriam aleatoriamente , em desordem, e não tão harmoniosamente como vemos suceder num organismo saudável. Nesta parte , vamos estudar um desses mecanismos que agem integradoramente, fazendo dos diversos órgãos e sistemas uma  perfeita unidade de trabalho - o mecanismo hormonal. Na verdade , as glândulas endócrinas , justamente com o sistema nervoso, coordenam a atividade sincrônica e equilibrada dos diversos sistemas do corpo . Várias vezes mostraremos exemplos em que o sistema nervosos age sobre glândulas endócrinas e estas, através dos seus hormônios, controlam a atividade de outros órgãos distantes , acelerando ou retardando as suas funções. Você pode lembrar com facilidade de algumas ocasiões sobre a atuação de hormônios de forma reguladora sobre as funções de certos órgãos. No estudo da digestão, sabemos que o duodeno, através de certas células da sua parede , produz hormônios que inibem a função do estômago (enterogastrona) e outros que estimulam as funções do pâncreas e da  vesícula biliar (secretina e colecistocinina). A pressão do sangue no sistema circulatório tem papel decisivo  na ultrafiltração renal. Se a pressão sanguínea cai, os rins filtram menos urina. A função excretora fica prejudicada . Então, os rins liberam a renina , que atua sobre o angiotensinogênio (produzido no fígado sistema digestivo- , mas encontrado no sangue). Transformando-o em angiotensiva . A angiotensina atua sobre o córtex das glândulas ad-renais ou supra-renais , induzindo-o a lançar no sangue mais aldosterona. Esse hormônio estimula a reabsorção tubular dos íons NA+ e CI- , os quais "puxam" a água de volta para o sangue . Assim, o volume sanguíneo volta a aumentar , elevando a pressão no interior dos vasos. Você pode , agora , ver com nitidez a integração de diversos sistemas : o sistema digestivo produzido o angiotensinogênio ; os rins (sistema excretor) produzindo a renina ; as glândulas ad-renais lançando na corrente sanguínea mais aldosterona ; e tudo isso completando com uma única finalidade - a estabilização da pressão sanguínea no sistema circulatório. Os hormônios são substâncias produzidas por glândulas endócrinas (destituídas de canal excretor) ou por células isoladas (como no caso do duodeno), que , uma vez lançadas no sangue, vão agir a distância , estimulando ou inibindo as funções de certos órgãos. O órgão sobre o qual determinado hormônio age é chamado "órgão-alvo". Compreendemos, pois , que os hormônios procedem como mensageiros químicos que atuam especificamente sobre certas estruturas. Essa especificidade , está provado hoje , é devida a receptores químicos existentes em grupos especiais de células (não todas do organismo) , que reagem à presença do hormônio. A secretina , por exemplo , estimula a função das células pancreáticas na produção do suco pancreático, mas não tem nenhum papel sobre as células do estômago. Estas , por seu turno, sofrem estímulo pela gastrina e inibição pela enterogastrona , hormônios que não desempenham nenhuma função sobre as células pancreáticas. Como vemos, cada célula tem seus receptores específicos. Convém lembrar , entretanto , que a receptividade do órgão alvo pode estar mudada em determinadas condições. Aí, a atuação do hormônio poderá ser mais notável ou menos notável (às vezes , até inoperante). Por exemplo: a prolactina, hormônio da glândula hipófise , estimula a produção do leite, mas apenas em determinada condição, quando o organismo da mulher , ao fim de uma gravidez , está com taxas elevadas de outros hormônios. Na mulher não grávida e no homem (que possui também glândulas mamárias , ainda que não tenha mamas desenvolvidas) há produção de prolactina sem a devida receptividade pelo órgão-alvo. A natureza química dos hormônios é muito variável. Alguns são polipetídeos (insulina , glucagon, secretina , hormônio do crescimento e o ACTH) , outros são esteroides, isto é , lipídios que contêm colesterol na sua composição (hormônios sexuais e hormônios do córtex das suprarrenais). Há ainda daqueles com outros tipos de composição química , como veremos depois, quando falarmos da adrenalina e da tiroxina.