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As Capitanias Hereditárias



Em 1534 , a Coroa portuguesa resolveu lançar mão de um sistema de colonização já desenvolvido nas ilhas dos Açores e da Madeira , denominado capitanias hereditárias , visando atrair investimentos privados. Nesse sistema , particulares recebiam grandes extensões de terras , sendo encarregados de promover o povoamento , realizar a exploração econômica e exercer o governo, o comando militar e os poderes de justiça. A posse desses direitos e das terras concedidos ao capitão donatário eram indivisíveis , hereditários e inalienáveis , mas ele podia conceder sesmarias , lotes de terras que deveriam ser desenvolvidos economicamente por seus colonos. Os sistemas de capitanias não garantiu aos portugueses o domínio das novas terras. Conflitos com tribos indígenas e certo desinteresse demonstrado por alguns donatários , que nem sequer vieram conhecer suas capitanias, provocaram o fracasso da experiência colonizadora. Mas a principal dificuldade estava em estabelecer uma atividade econômica estável que sustentasse a ocupação e o povoamento . Mutos donatários também não conseguiram administrar suas capitanias , pois arcavam sozinhos com a responsabilidade de segurança , administração , entre outras. A extração de pau-brasil dependia da disposição do indígena que, como vimos anteriormente , tinha outras referências de cultura e de civilização. Por mais que o trabalho eventual de derrubada das árvores de pau-brasil estivesse integrado à vida dos nativos , em pouco tempo o recebimento de bugigangas europeias deixou de despertar seu interesse. Apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente tiveram desempenho satisfatório, resultado da implementação mais sistemática do cultivo da cana-de-açúcar , o que já apontava a solução para o controle efetivo das novas possessões.