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Relevo do Brasil


Três classificações das unidades do relevo brasileiro foram formuladas em diferentes períodos , e cada uma delas considerou determinados critérios. A partir da década de 1940, adotou-se a classificação do geógrafo Aroldo de Azevedo , que dividia o Brasil em planaltos e planícies , bem como definia estas unidades a partir das altitudes. As planícies correspondiam às superfícies planas de até 200 metros de altitude, enquanto os planaltos situavam-se acima desta cota altimétrica e apresentavam-se relativamente acidentados. Na década de 1960, o geógrafo Aziz Ab'sáber estabeleceu uma classificação  um pouco mais detalhada , que considerava , além da altitude, os processos geológicos. Os planaltos eram definidos como terrenos onde prevalecia o processo de desgaste em relação aos processos de sedimentação; as planícies, por sua vez, constituíam os terrenos em que predominava a sedimentação.
A partir de 1995, o geógrafo Jurandyr Ross, apoiado em levantamentos técnicos do Projeto Radambrasil, fez uma classificação bastante detalhada do relevo brasileiro. Há alguns anos, o mapeamento e a classificação do relevo baseavam-se praticamente em observações realizadas em terra. Levantamentos aerofotogramétricos , possibilitados pelo Radambrasil, forneceram informações detalhadas , que foram utilizadas para fundamentar uma nova classificação do relevo e de suas unidades. Essa classificação associa as informações a=altimétricas com os processos de erosão , sedimentação e gênese - origem e formação do modelado terrestre - , integrando-os também às estruturas geológicas nas quais ocorrem. O relevo brasileiro passa a ser classificado a partir de três formas: depressões , planaltos e planícies . As depressões são definidas aqui como terrenos relativamente inclinados nos quais predominam os processos erosivos que ocorrem em estruturas cristalinas ou sedimentares; esses terrenos localizam-se entre 100 e 500 metros de altitude. Os planaltos apresentam superfícies irregulares (planas ou acidentadas), nas quais predominam os processos erosivos de estruturas cristalinas ou sedimentares; essas superfícies localizam-se acima dos 300 metros de altitude.
As planícies estão situadas em áreas mais restritas , sujeitas , em alguns casos , à inundação ; nessas áreas predominam os processos de sedimentação, que ocorrem apenas em estruturas geológicas sedimentares. As altitudes variam entre 0 e 100 metros. As planícies estão restritas às margens de grandes rios , como o Amazonas e alguns afluentes ; às margens do Araguaia; à região do Pantanal ; à faixa litorânea e ao redor das lagoas dos Patos e de Mirim, no Rio Grande do Sul.