Desde os tempos da administração do Marquês de Pombal , a política de povoamento do Brasil atraía os imigrantes portugueses . Mais tarde, depois da independência , outros grupos europeus começaram a chegar . Surgiram , então, pequenos núcleos coloniais, como os alemães de São Leopoldo (RS) é os suíços de Nova Friburgo (RJ). A partir de meados do século XIX, com o fim do tráfico de escravos e a crescente demanda por mão de obra , o número de imigrantes no país aumentou progressivamente. Determinados a consolidar a grande e a agricultura de exportação , os grandes cafeicultores buscavam mão de obra barata , de qualquer procedência . Já a burocracia Imperial, preocupada em "civilizar" o país europeia e equilibrar o povoamento em favor da população branca , investia na atração de imigrantes da Europa , em geral, agricultores e artesão , dispostos a viver em colônias, fora dos núcleos urbanos. A fim de atender à demanda da Região Sudeste e forçar os recém- chegados a trabalhar nas lavouras de café , em 1850, foi aprovada a Lei de Terras , abolindo a tradicional política Imperial, que cedia terras de graça aos colonos. Com a Lei, a propriedade fundiária , ainda que se tratasse de Terras públicas, só poderia ser adquirida mediante a compra, geralmente, por um alto preço . Assim , paralelamente à transição do trabalho cativo para o livre, restrições à propriedade da terra foram impostas para resguardar os interesses de elite agrária estabelecida. De início, sob a iniciativa do senador paulista Nicolau de Campos Vergueiro (1778-1859), foi implantado um sistema de parceria. Por meio deste, os imigrantes se tornavam corresponsáveis pela produção cafeeira, obtendo parte dos lucros e assumidos a responsabilidade de permanecer na fazenda até salvarem suas dívidas. Nesse contexto, os riscos de endividamento dos novos colonos e de receberem um tratamento semelhante ao dos escravos eram evidentes. Em 1857, uma revolta de colonos suíços eclodiu em Ibicaba , no interior de São Paulo , na fazenda do senador Vergueiro. A Revolta da Fazenda Ibicaba foi contada por um de seus principais líderes, o mestre-escola suíço Thomas Davatz , na obra Memórias de um colono no Brasil. As repercussões do incidente e do livro na Europa foram suficientes para a proibição temporária da vinda de novas levas de imigrantes. A partir de 1870, entanto , o problema da falta de mão de obra se agravou. Nessa época, com o aumento da população europeia e as crises geradas pela industrialização e unificação da Itália e Alemanha, o governo brasileiro investiu em propagandas no exterior e os agentes de emigração conseguiram angariar novos contingentes de imigração em direção ao Brasil. Era o início da Grande Imigração . Nesse período , vieram para o Brasil imigrantes de várias nacionalidades, sobretudo italianos. Mas lavouras cafeeiras, eles substituíam a mão de obra escrava. Parte dos custos iniciais relativos ao transporte e à instalação dos recém-chegados era subsidiada pelo Estado . No Sul do Brasil, entretanto, formavam-se núcleos coloniais relativamente autônomos, com vistas ao povoamento da região. Ali, os colonos se tornavam pequenos proprietários e procuravam manter suas línguas, religiões e tradições.