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Reinos Bárbaros-Cristãos

Nos anos seguintes à morte de Agostinho , em 430, houve pouca filosofia. O império Romano se deteriorava rapidamente. A ruralização , que vinha desde a crise final do Império Romano, prosseguia. Os germanos invasores adotavam modelos romanos ao mesmo tempo que destruíam sus estruturas. Os monumentos romanos eram, para eles, fornecedores de pedras, ornamentos e colunas. A pedra já não era mais extraída e trabalhada. Quando escasseavam , passavam a ser substituídas pela madeira. A arte da produção de vidro desapareceu , assim como as estradas , que foram lentamente pelos caminhos medievais. O centro da civilização se afastava do mar Mediterrâneo e transferia-se para o norte , em regiões da Europa que a civilização grego-romana mal havia penetrado. Navios romanos eram interceptados por piratas. O serviço postal deixava de existir . Pessoas desapareciam e reapareciam anos depois em outro lugar. Em fins do século VII, as antigas terras romanas viviam o declínio do governo central, da vida urbana e do comércio. Idéias romanas de cidadania e de um Estado organizado eram estranhas à tradição germânica. Os germanos prestavam fidelidade aos parentes e a um chefe tribal, e não a um Estado universal , que governava cidadãos de muitas nacionalidades. Enquanto o direito romano aplicava-se a todos , em todo o império, independentemente de nacionalidades, um germano só podia ser julgado pela lei de sua própria tribo. Os juízes romanos investigavam evidências e exigiam provas; os tribunais germânicos recorriam ao julgamento pelo ordálio. Num ordálio típico , o acusado era lançado ao rio . Se afundasse , era inocente , se boiasse , isso era interpretado como prova divina da culpa , já que a água pura o "rejeitara".  Espaços urbanos romanos , como teatro , arena do circo , as salas de banho, não combinavam com o modelo cristão e caíram em desuso. Eram vistos como espaços da luxúria , espaços que afastavam as almas de Cristo. A ruralização acelerava-se . As cidades que tinham conseguido fortificar-se contra as invasões bárbaras ocupavam uma área muito menor do que à época do Império Romano. As muralhas construídas para defender Bordeaux (na Gália) , por exemplo, foram reduzidas a um terço de seu tamanho anterior. Muitas cidades foram sendo, desse modo , lentamente reduzidas e desocupadas , até seu desaparecimento. A região da Itália ofereceu exceções a essa tendência geral. Ali, as instituições urbanas persistiram . As cidades italianas conservaram algumas moedas em circulação e comerciaram entre si e com CONSTANTINOPLA ( a antiga Bizâncio , no estreito de Bósforo). O comércio, embora não tivesse desaparecido totalmente- tendo apresentado períodos de renovada atividade - era sobretudo local . Desde a última década do século V até meados do século XVII , mercadores bizantinos estabeleceram-se no Ocidente e trocaram papiro , especiarias e têxteis por escravos europeus. Esse comércio foi, porém , muito reduzido na segunda metade do século VII, pois uma outra civilização se expandia e assumia o controle do Mediterrâneo : a muçulmana.