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Tutis e Hutus


Na África Central , antes da Chegada dos europeu , existia um conflito entre as etnias tutsi e hutu , onde hoje ficam Ruanda e Burundi . O domínio europeu na região , a partir do século XIX, acentuou os problemas. Quando os europeus visualizaram a luta entre a maioria hutu e a minoria tutsi , decidiram , então, concentrar poder nas mãos de um rei tutsi, colocando os hutus na condição de vassalos. Já no século XX, a região foi dividida entre belgas (que já ocuparam o Burundi) e franceses (que ficaram com Ruanda) , mas o sistema político foi mantido - todos os oficiais do Exército , proprietários rurais e funcionários públicos eram tutsis, enquanto os hutus faziam trabalhos braçais. Depois da independência dos dois países , em 1962, Ruanda passou a ter um governo de maioria hutu, mas os tutsis mantiveram o poder em Burundi. O primeiro presidente hutu de Burundi, Melchior Ndadaye, foi eleito em 1993 , em eleições livres realizadas por pressão da comunidade internacional. Ele obteve 64,79% dos votos. Menos de quatro meses depois de eleito, foi assassinado durante uma tentativa de golpe do Exército , quando fora mantido em poder dos tutsis. O assassinato levantou uma nova onda de violência entre o Exército e grupos radicais hutus. Os conflitos provocaram a morte de 150 mil pessoas, em uma população de 6 milhões . Mais de 600 mil pessoas se refugiaram em outros países da África . Cypien Ntaryamira, o sucessor de Ndadaye na Presidência , também foi morto , quando o avião em que estava foi derrubado, em 1994. O presidente de Ruanda , Juvenal Habyarimana, morreu no mesmo ataque, dando origem à Guerra Civil ruandesa, que matou cerca de meio milhão de pessoas.