Ao estudarmos a origem e a evolução dos seres vivos, falamos em origem e evolução da célula. Afinal, com exceção dos vírus, os seres vivos são formados por células, e a compreensão de como eles surgiram e evoluíram passa pela compreensão de como a célula surgiu e evoluiu. O primeiro ser vivo que surgiu no planeta era uma célula. Vamos agora entrar no universo celular e procurar compreender a estrutura e o funcionamento das células , o que é fundamental para que possamos entender a intrincada rede de interações necessárias para a manutenção da vida. A área da Biologia que estuda a célula é a Citologia. Esse estudo só foi possível a partir do momento em que o ser humano começou a construir aparelhos com lentes que permitiam grande aumento da imagem de objetos. Esses aparelhos , chamados microscópios , possibilitam o conhecimento e o estudo de estruturas invisíveis a olho nu. Embora existam células visíveis a olho nu a maioria delas é microscópica. Os primeiros microscópios foram construídos no século XVI, mas somente no século XViI foram utilizados com finalidades biológicas. Nesse século, o holandês Anton Van Leeuwenhoek (1632-1723) construiu um microscópio formado por uma única lente de aumento e que permitia obter imagens ampliadas em até trezentas vezes. Com esse microscópio , ele analisou e descreveu vários microrganismos, como bactérias e protozoários. Por ser formado por uma só lente de aumento, esse microscópio é chamado de microscópio simples e por usar a luz para iluminar os objetos observados é também chamado de microscópio de luz (ML) ou de microscópio óptico (MO). Mais tarde, em 1665, o inglês Robert Hooke (1635-1703) publicou suas observações de estruturas visíveis ao microscópio de luz, só que esse microscópio era construído com duas lentes de aumento associadas a um tubo. Essas observações lhe valeram o crédito de descobridor das células. O que Hooke viu, no entanto , não foram as células, pois analisou cortes finos de cortiça, material inerte. O que ele viu foram as paredes celulares das células da cortiça, que são preservadas após a morte das células.