Você certamente já viu que , fazendo incidir um feixe de luz no olho, reduz-se rapidamente o diâmetro da pupila por contração do músculo esfíncter da íris; a brusca chegada de um objeto perto do olho faz a pessoa piscar , e uma pancada sob a patela (antiga rótula), no joelho, provoca contração da perna , que é "chutada" para a frente. Sabemos que um gato, jogado para o alto, de ventre para cima , torce-se rapidamente e cai em posição normal. Um recém-nascido é capaz de se manter pendurado pelas mãos , segurando firme os dedos do médico, quando levantado lentamente. Quando , distribuidamente , tocamos a mão em algo muito quente, há uma retração brusca até o braço todo, como uma forma de proteção. Estamos falando de reflexos , e o que há em comum neles é o fato de serem involuntários. Os reflexos são, portanto, atos involuntários, rápidos , conscientes ou não, que visam a uma proteção ou adaptação do organismo, quando este recebe um estímulo periférico. Eles ocorrem por estimulação física ou química e dependem de uma série de estruturas para que se efetive a reação ou mão reflexa. Essas estruturas constituem o arco reflexo simples. São elas:
a) receptores na pele, nas mucosas, nos tendões , nos músculos;
b) nervo aferente ou sensitivo , que leva o impulso nervoso até um centro nervoso;
c) centro nervoso , coordenador , que pode ser o encéfalo ou a medula espinhal;
d) Nervo eferente ou motor, que leva o impulso nervoso para um órgãos efetuador;
e) órgão efetuador, glândula ou músculo, que reage caracterizando o ato ou ação reflexa.
É claro que a ação reflexa é mais ou menos bem localizada em função da região que recebe estímulo. O arco reflexo simples tem como centro nervoso a medula e, portanto, o ato ou a ação reflexa não depende do cérebro . Isso acontece com o reflexo do tendão da patela , o chamado patelar. Em animais de laboratório , a secção do nervo sensitivo que entra pela região dorsal da medula determina a perda de reflexos , pois o impulso nervoso não chega ao centro coordenador. A secção do nervo motor que sai da região ventral da medula não afeta a sensibilidade nem gera dor na região estimulada , mas há total incapacidade de resposta , ocorrendo uma paralisia. Lesões traumáticas dos centros cerebrais ou medulares também incapacitam o indivíduo para reagir . É por isso que, quando há suspeita de grave lesão neurológica, faz-se o exame de reflexo pupilar.